quarta-feira, 13 de abril de 2016

Porque temos tanto medo de nos apaixonar?


   Somos uma geração que ama. Ama pensar, descobrir, viajar, experimentar, conhecer, discutir, sair, se divertir, mas temos medo de amar. Amar alguém, amar uma vida a dois, amar planejar um futuro juntos. Somos uma geração que ama viver, mas tem medo de se apaixonar por alguém. 
   Talvez seja o fato de sermos uma geração tão independente, tão dona de si, tão autosuficiente que talvez, só talvez o medo dessa geração seja depender de alguém, colocar a sua felicidade na mão de outrem e se perder. Aprendemos tanto a andarmos sozinhos que a ideia de andar ao lado de alguém parece loucura. 
   Cada vez menos encontramos casais novos, casais que nem saíram da faculdade planejando casar, ter filhos, morar juntos... Somos uma geração que quer e preza pela sua liberdade. Aos 18, a menina sonha em viajar o mundo, conhecer culturas e povos distintos. Aos 21, o menino sonha em crescer na vida, tornar-se rico, dar uma vida melhor para os pais. A menina aos 18, o menino aos 21, nenhum deles tem em seus planos se "prender" em alguém.
   Somos a geração que canta Sosseguei do Jorge & Mateus, mas na prática prefere estar de copo sempre cheio e coração vazio como entoa Henrique e Juliano. A geração que sai e beija várias bocas ou beija uma, mas no outro dia esquece. A geração que ama os casais da série, dos filmes, da vida dos famosos, mas não consegue amar alguém ao seu lado. Mas por qual motivo? Porque temos tanto medo de nos apaixonar?
  Poderia dizer que a liberdade, a tão sonhada liberdade que começa ser adquirida nesse momento da vida parece ser algo ameaçado pela ideia de uma vida a dois. Talvez o medo de nos apaixonar seja porque, quando pensamos nisso, logo vem a ideia de nos prender. Mas a verdade é que ninguém, em sã consciência, fica preso a alguém se não quiser e não digo que evitar se apaixonar seja uma forma de fugir disso. Estou dizendo que; encontrar alguém não tem nada a ver com se perder. 
  Poderia dizer também que somos uma geração que pensa demais e o amor, muitas vezes, não tem espaço para a racionalidade. Quem pensa demais em algo sempre corre o risco de parar antes mesmo de começar ou começar e largar de mão. Somos uma geração de muitos e seE se não der certoE se não for a pessoa certa para mimE se... E se esquecessermos os poréns e arriscassemos? Somos uma geração destemida, mas que teme o amor e se machucar. Preferirmos não arriscar com medo de sofrer depois. Abrimos mão do nosso presente, de viver o agora, por ter medo do que poderá acontecer no futuro, nas possíveis sequelas.
  Na realidade, eu poderia dizer várias coisas, vários possíveis motivos para essa geração fugir do amor, poderia dizer que preferimos colocar planos de estudo e carreira na frente do amoroso, pois é uma forma de garantir que se tudo der errado em uma vida a dois, ainda possamos ter uma vida sozinho. Poderia dizer outras tantas mil coisas, mas o que mais me faz acreditar no porquê temos tanto medo de nos apaixonar é que, talvez, não tenhamos medo exatamente de nos entregar, mas sim de percebermos que sozinhos vamos bem, mas juntos vamos além.
 Talvez o nosso maior medo, na realidade,  seja admitir que dependemos de alguém, que é bom ter alguém ao nosso lado e que talvez o cara solitário e frio do Henrique e Juliano não seja tão feliz quanto o cara que vai ficar em casa amando o dia inteiro do Jorge & Mateus.
  A realidade é que não temos medo de nos apaixonar e sim de nos machucarmos ou pior, disso não acontecer. De ser bom, tão bom que tudo na vida será em torno disso. Temos medo de ser cuidado por outro alguém e gostar disso. Gostar de saber que alguém se importa com nós, se estamos bem...
 Tanto medo de nos apaixonar, mas nem mesmo o medo consegue nos afastar disso. Uma hora ou outra acontece e o medo parece pequeno pelo tamanho de todo o amor. E aí, o medo de se apaixonar some e dá espaço ao medo de perder alguém, mas isso? Isso é história para outro post.

Ame sem medo. É no lugar onde seu medo te faz parar que está a linha te separando de algo incrível. Não importa se o fim seja bom ou não... Arrisque. A vida é feita disso. 

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